quarta-feira, 30 de setembro de 2009

DÊ UMA CHANCE A VOCÊ MESMO



Por: Irisbel Correia

Não estamos preparados para saber quando o amor chega em nossas vidas.
Mas como é fácil ser conselheiro amoroso, dizer para outrem o que fazer, como agir, o que falar, parece que tudo fica lúcido em sua cabeça, as palavras simplesmente flui, como se fosse o experte do assunto.
Já quando essa mesma situação acontece consigo, as pernas tremem, as mãos suam e como um passe de mágica as palavras somem...
O que fazer, quero dizer uma coisa, acabo dizendo outra... sinto meu rosto enrrubecer, as atitudes ficam confusas... a indecisão de fazer as coisas acontecerem, nos torna frágeis e imunes aos nossos próprios desejos.
Pois não temos a segurança do que realmente queremos.... e a tal felicidade almejada por tantos, a alegria em seu rosto quando consegue unir os casais de amigos...
Essa alegria desaparece quando o assunto é sobre a sua própria vontade de amar... medo que não seja como sempre sonhou... de diperdiçar o seu tempo e perder a sua liberdade tão desejada... muitas coisas se passaram... e a chance que muitas vezes que não deixou passar despercebida pelos amigos... passa por ti como uma brisa... que aos poucos se afasta... e a chance de tentar novamente vai embora... não force a situação, mais também não a deixe passar. Dê uma chance para você, viva sem medo que dê errado, apenas sinta e respire o momento...

AMIZADE EXISTE?



Por Martha Medeiros

Amizade feminina: existe ou não?_Outro dia participei de uma mesa-redonda que propunha uma discussão sobre amizade feminina. Existe mesmo? Há quem acredite que as mulheres são eternas concorrentes e, portanto, muito pouco leais.Existe amizade feminina, sim. Amizade real, sólida e vitalícia. O que acontece é que as mulheres se envolvem muito na vida umas das outras e isto, como em qualquer relação, gera alguns mal-entendidos, ciúmes e até brigas feias, o que faz parecer que a amizade entre mulheres é frágil.Os homens são menos invasivos, não se envolvem tanto com a intimidade dos amigos. Por isso, atritam-se menos e passam a idéia de serem mais estáveis.A amizade é o melhor e, provavelmente, o único antídoto contra a solidão. E não precisa ser uma amizade grandiloqüente, do tipo grude vinte e quatro horas e sem segredos. Uma amizade pode ser forte e leve ao mesmo tempo. E melhor ainda, se forem amizades variadas. Uma boa amiga para ser sua sócia, outra boa amiga para dar dicas de viagens, uma amiga especial para conversar sobre sentimentos escusos, outra amiga fantástica para falar sobre livros e filmes, uma amiga indispensável para lhe dar um ombro quando você está caidaça.Nenhum problema em departamentalizar. Ao menos nas amizades, viva a poligamia.Amigos homens são igualmente imprescindíveis. Quando ouço que não existe amizade entre homem e mulher por causa da possibilidade de um envolvimento amoroso, pergunto: e daí? Qual o problema de haver uma sensualidade no ar? Todas as relações incluem alguma espécie de sedução - todas.Amigo homem é bom porque eles não falam toda hora sobre filhos, empregadas, liquidações, esses papos xaropes. Amigo homem não faz drama, ri das nossas manias, traz novos pontos de vista sobre as coisas que nos angustiam, não pede nossas roupas emprestadas, e o que é melhor, comenta sobre suas ex-namoradas e com isso acaba nos dando dicas muito úteis para enfrentar esta tal guerra dos sexos.Amiga de infância, amiga irmã, amigo homem, amigo gay, amigos virtuais, amigos inteligentes, amigos engraçados, amigos que não cobram, que não são rancorosos, amigos gentis, amigos que mantêm-se amigos na distância e no silêncio, todos eles ajudam a formar nossa identidade e a nos sentir protegidos nesta sociedade cada vez mais bruta e individualista.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

ENCONTROS E DESPEDIDAS


Por Irisbel Correia
Na estação do trem, rodoviárias, aeroportos, lugares que trazem e levam as pessoas que se amam, seja amigos ou parentes, casais de namorados que sonham por aquele instante, pois estão a maior parte do tempo separados por uma serra. Os olhares se cruzam, corpos se atraem, tentam mais não conseguem resistir e se entregam a essa loucura que nem a distância pode conter. Querendo estravazar num desejo ardente reprimido, almas criam raízes no chão. Imanizadas por essa paixão. Não queríam mais dali sair. Sempre temos os dois momentos em nossas vidas, a ansiedade da chegada, o encontro a sensação e a vontade que o tempo pare e que fique eternizado em seus corações, e do outro lado a angustia de ter que aproveitar o mais rápido possível todos os segundos ao lado das pessoas, e principalmente daquele que tanto ama, pois chegará o momento da despedida, dolorida por não saber quando se verão de novo. A alegria é tímida e ao mesmo tempo transparente. O tempo passava rápido demais e já tínham que partir. E seus destinos cada qual teria que seguir.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

AÍ TEM


Por Martha Medeiros


As coisas são como são. Se alguém diz que está calmo, é porque está calmo. Se alguém diz que te ama, é porque te ama. Se alguém diz que não vai poder sair à noite porque precisa estudar, está explicado. Mas a gente não escuta só as palavras: a gente ouve também os sinais.Ele telefonou na hora que disse que ia ligar, mas estava frio como um iglu. Você falava, falava, e ele quieto, monossilábico. Até que você o coloca contra a parede: "O que é que está havendo?". "Nada, tô na minha, só isso." Só isso???? Aí tem.Ele telefonou na hora que disse que ia ligar, mas estava exaltado demais. Não parava de tagarelar. Um entusiasmo fora do comum. Você pergunta à queima-roupa: "Que alegria é essa?" "Ué, tô feliz, só isso". Só isso????? Aí tem.Os tais sinais. Ansiedade fora de hora, mudez estranha, olhar perdido, mudança no jeito de se vestir, olheiras e bocejos de quem dormiu pouco à noite: aí tem. Somos doutoras em traduzir gestos, silêncios e atitudes incomuns. Se ele está calado demais, é porque está pensando na melhor maneira de nos dar uma má notícia. Se está esfuziante demais, é porque andou rolando novidades que você não está sabendo. Se ele está carinhoso demais, é porque não quer que você perceba que está com a cabeça em outra. Se manda flores, é porque está querendo que a gente facilite alguma coisa pra ele. Se vai viajar com os amigos, é porque não nos ama mais. Se parou de fumar, é uma promessa que ele não contou pra você. Enfim, o cara não pode respirar diferente que aí tem.Às vezes não tem. O cara pode estar calado porque leu um troço que mexeu com ele, ou está falando muito porque o time dele venceu. Pode estar mais carinhoso porque conversou sobre isso na terapia e pode estar mais produzido porque teve um aumento de salário. Por que tudo o que eles fazem tem que ser um recado pra gente?É uma generalização, mas as mulheres costumam ser mais inseguras que os homens no quesito relacionamento. Qualquer mudança de rota nos deixa em estado de alerta, qualquer outra mulher que cruze o caminho dele pode ser uma concorrente, qualquer rispidez não justificada pode ser um cartão amarelo. O que ele diz importa menos do que sua conduta. Pobres homens. Se não estão babando por nós, se tiram o dia para meditar ou para assistir um jogo de vôlei na tevê sem avisar com duas semanas de antecedência, danou-se: aí tem.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

SOLIDÃO

Por Martha Medeiros

Permita que sua solidão seja bem aproveitada, que ela não seja inútil. Não a cultive como uma doença, e sim como uma circunstânciaA sua é de que tamanho? Difícil encontrar alguém que tenha uma solidão pequena, ajustada, do tipo baby look. Geralmente, a solidão é larga, esgarçada, como uma camiseta que poderia vestir outros corpos além do nosso. E costuma ser com outros corpos que se tenta combatê-la, mas combatê-la por quê? Se nossa solidão pudesse ser visualizada, ela seria um vasto campo abandonado, um estádio de futebol numa segunda-feira de manhã. Dói, mas tem poesia. Talvez seja por aí que devamos reavaliá-la: no reconhecimento do que há de belo na sua amplitude. A solidão não precisa ser aniquilada, ela só precisa de um sentido. Eu não saberia dizer que outra coisa mais benéfica há para isso do que livros. Uma biblioteca com mil volumes é um exército que não combate a solidão, mas a ela se alia.A solidão costuma ser tratada como algo deslocado da realidade, como um tumor que invade um órgão vital. Ah, se todos os tumores pudessem ser curados com amigos. Uma pessoa que não fez amigos não teve pela sua vida nenhum respeito. Nossa solidão é nossa casa e necessita abrir horários de visita, hospedar, convidar para o almoço, cozinhar com afeto, revelar-se uma solidão anfitriã, que gosta de ouvir as histórias das solidões dos outros, já que todos possuem seus descampados.A solidão não precisa se valer apenas do monólogo. Pode aprender a dialogar e deve exercitar isso também através da arte. Há sempre uma conversa silenciosa entre o ator no palco e o sujeito no escuro da platéia, entre o pintor em seu ateliê e o visitante do museu, entre o escritor e o seu leitor desconhecido. Ah, os livros, de novo. De todos os que preenchem nossa solidão, são os livros os mais anárquicos, os mais instigantes. Leia, e seu silêncio ganhará voz.Às vezes, tratamos nosso isolamento com certa afetação. Acendemos um cigarro na penumbra da sala, botamos um disco dilacerante e aguardamos pelas lágrimas. Já fizemos essa cena num final de domingo - tem dia mais solitário? É comum que a gente entre na fantasia de que nossa solidão daria um filme noir, mas sem esquecer que ela continuará conosco amanhã e depois de amanhã, deixando de ser charmosa e nos acompanhando até o supermercado. Suporte-a com bom humor ou com mau humor, mas não a despreze. Permita que sua solidão seja bem aproveitada, que ela não seja inútil. Não a cultive como uma doença, e sim como uma circunstância. Em vez de tentar expulsá-la, habite-a com espiritualidade, estética, memória, inspiração, percepções. Não será menos solidão, apenas uma solidão mais povoada. Quem não sabe povoar sua solidão, também não saberá ficar sozinho em meio a uma multidão, escreveu Baudelaire. Ah, os livros, outra vez. Permita que sua solidão seja bem aproveitada, que ela não seja inútil. Não a cultive como uma doença, e sim como uma circunstânciaA sua é de que tamanho? Difícil encontrar alguém que tenha uma solidão pequena, ajustada, do tipo baby look. Geralmente, a solidão é larga, esgarçada, como uma camiseta que poderia vestir outros corpos além do nosso. E costuma ser com outros corpos que se tenta combatê-la, mas combatê-la por quê? Se nossa solidão pudesse ser visualizada, ela seria um vasto campo abandonado, um estádio de futebol numa segunda-feira de manhã. Dói, mas tem poesia. Talvez seja por aí que devamos reavaliá-la: no reconhecimento do que há de belo na sua amplitude. A solidão não precisa ser aniquilada, ela só precisa de um sentido. Eu não saberia dizer que outra coisa mais benéfica há para isso do que livros. Uma biblioteca com mil volumes é um exército que não combate a solidão, mas a ela se alia.A solidão costuma ser tratada como algo deslocado da realidade, como um tumor que invade um órgão vital. Ah, se todos os tumores pudessem ser curados com amigos. Uma pessoa que não fez amigos não teve pela sua vida nenhum respeito. Nossa solidão é nossa casa e necessita abrir horários de visita, hospedar, convidar para o almoço, cozinhar com afeto, revelar-se uma solidão anfitriã, que gosta de ouvir as histórias das solidões dos outros, já que todos possuem seus descampados.A solidão não precisa se valer apenas do monólogo. Pode aprender a dialogar e deve exercitar isso também através da arte. Há sempre uma conversa silenciosa entre o ator no palco e o sujeito no escuro da platéia, entre o pintor em seu ateliê e o visitante do museu, entre o escritor e o seu leitor desconhecido. Ah, os livros, de novo. De todos os que preenchem nossa solidão, são os livros os mais anárquicos, os mais instigantes. Leia, e seu silêncio ganhará voz.Às vezes, tratamos nosso isolamento com certa afetação. Acendemos um cigarro na penumbra da sala, botamos um disco dilacerante e aguardamos pelas lágrimas. Já fizemos essa cena num final de domingo - tem dia mais solitário? É comum que a gente entre na fantasia de que nossa solidão daria um filme noir, mas sem esquecer que ela continuará conosco amanhã e depois de amanhã, deixando de ser charmosa e nos acompanhando até o supermercado. Suporte-a com bom humor ou com mau humor, mas não a despreze. Permita que sua solidão seja bem aproveitada, que ela não seja inútil. Não a cultive como uma doença, e sim como uma circunstância. Em vez de tentar expulsá-la, habite-a com espiritualidade, estética, memória, inspiração, percepções. Não será menos solidão, apenas uma solidão mais povoada. Quem não sabe povoar sua solidão, também não saberá ficar sozinho em meio a uma multidão, escreveu Baudelaire. Ah, os livros, outra vez.

SAUDADE



Saudade é solidão acompanhada, é quando o amor ainda não foi embora, mas o amado já... Saudade é amar um passado que ainda não passou, é recusar um presente que nos machuca, é não ver o futuro que nos convida...Saudade é sentir que existe o que não existe mais... Saudade é o inferno dos que perderam, é a dor dos que ficaram para trás, é o gosto de morte na boca dos que continuam... Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade: aquela que nunca amou. E esse é o maior dos sofrimentos: não ter por quem sentir saudades, passar pela vida e não viver. O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.

AQUELE OLHAR



Por Irisbel Correia

Amor a primeira vista? Magnetismo que te leva e petrifica naquele olhar... as palavras são desnecessarias, apenas alguns movimentos na sombrancelha, e vc já sabe o que ele ou ela quer.
Sinais que de tanta cumplicidade já é tão intensa que as palavras viraram um mero acessório, alegoria para alguns momentos.
Mas como explicar isso se você acabou de conhecer a pessoa?? Será a química agindo, ou ilusão de querer que aconteça algo mágico que transforme todo seu ser, impossível expressar em palavras o que só o olhar pode dizer.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A ALEGRIA NA TRISTEZA

Por Martha Medeiros


O título desse texto na verdade não é meu, e sim de um poema do uruguaio Mario Benedetti. No original, chama-se "Alegría de la tristeza" e está no livro "La vida ese paréntesis" que, até onde sei, permanece inédito no Brasil.O poema diz que a gente pode entristecer-se por vários motivos ou por nenhum motivo aparente, a tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la.Pode parecer confuso mas é um alento. Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música. Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento.Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada. Triste é não sentir nada.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

PALAVRAS NÃO DITAS

Por Irisbel Correia

Palavras...Muitas vezes dou por mim em monólogos, conversas unidireccionais imaginadas, com frases pensadas para determinadas situações que nunca acontecem... os pensamentos voam ao longe, em determinados momentos, e muitas vezes nem sabemos mais o que é real ou ilusão, e como eu gostaria que algumas se tornassem realidade... Imagino um cenário completo, imagino a presença, a maneira de estar, as respostas nunca dadas, como se de um filme se tratasse, o filme da minha vida não concretizada... São as palavras não ditas, essas que tantas vezes me atormentam a alma por continuarem a vaguear sem destino, por não terem sido ditas na altura certa ou por nunca se ter proporcionado o momento. Há mesmo dias em que parece que me vão sufocar, deslocam-se rapidamente, como se quisessem sair a qualquer custo, como se houvesse uma imensa necessidade de se libertarem de mim, e eu luto com tudo o que tenho para as manter aprisionadas pois o mundo cá fora não as ia suportar...Gostaria de ter a coragem de dizer tudo o que me apetece sem ter receio das consequências, de me desfazer de todas estas palavras de uma só vez e ficar vazia e livre, de voltar a ser um livro em branco e poder realmente preenche-lo com as palavras ditas e ouvidas.

DAR NÃO É FAZER AMOR


Por Luiz Fernando Verissimo

Dar é dar. Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido. Mas dar é bom pra cacete. Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...Te chama de nomes que eu não escreveria... Não te vira com delicadeza... Não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom. Melhor do que dar, só dar por dar. Dar sem querer casar.... Sem querer apresentar pra mãe... Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo. Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral... Te amolece o gingado... Te molha o instinto. Dar porque a vida é estressante e dar relaxa. Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã. Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito. Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro. Dar é bom, na hora. Durante um mês. Para os mais desavisados, talvez anos. Mas dar é dar demais e ficar vazio. Dar é não ganhar. É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro. É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:"Que que cê acha amor?". É não ter companhia garantida para viajar. É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia. Dar é não querer dormir encaixadinho...É não ter alguém para ouvir seus dengos...Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito. Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor. Esse sim é o maior tesão. Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar. Experimente ser amado...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

ROMANTISMO EXACERBADO


Por Irisbel Correia

Uma música, um filme, trechos de novelas, peças de teatro... e em poucos instantes uma lágrima, depois outra e quando se vê já se está aos prantos.
Sentimentalismo, romantismo? Muitos diriam que é problemas pessoais que vem a tona, mas como descrever o que sente naqueles momentos em que um galã se declara a mocinha, ou o principe salva a princesa, ou até mesmo em um breve poema.
Identificação ou vontade que aconteça o mesmo consigo, as lágrimas podem demostrar tristeza ou alegria, de que tudo possa acontecer com você, ou que nunca você sentirá aquilo.
Compreender o que diz uma letra, mesmo nunca ter sentido o mesmo, é viver de sonhos idealizados na infância. Passamos a vida inteira a procura de um grande amor, mas muitas vezes ele está ao nosso lado e não percebemos.
E continuamos com os suspiros, lágrimas e a vontade de estar no lugar daquela princesa, ou da mocinha da novela.

O QUE QUER UMA MULHER



Por Martha Medeiros





Um bebê nasce. O médico anuncia: é uma menina! A mãe da criança,então, se põe a sonhar com o dia em que a sua princesinha terá umnamorado de olhos verdes e casará com ele, vivendo feliz para sempre.A garotinha ainda nem mamou e já está condenada a dilacerar corações.Laçarotes, babados, contos de fadas: toda mulher carrega a síndrome deWalt Disney.Até as mais modernas e cosmopolitas têm o sonho secreto de encontrarum príncipe encantado. Como não existe um Antonio Banderas para todas, nos conformamos com analistas de sistemas, gerentes de marketing, engenheiros mecânicos. Ou mecânicos de oficina mesmo, a situação não anda fácil. Serão eles desprezíveis? Que nada. São gentis, nos ajudam com as crianças, dão um duro danado no trabalho e têm o maior prazer em nos levar para jantar. São príncipes à sua maneira, e nós,cinderelas improvisadas, dizemos sim! sim! sim! diante do altar; mas, lá no fundo, a carência existencial herdada no berço jamais será preenchida.Queremos ser resgatadas da torre do castelo. Queremos que o nosso pretendente enfrente dragões, bruxas, lobos selvagens. Queremos que ele sofra, que vare a noite atrás de nós, que faça tudo o que o José Mayer, o Marcelo Novaes e o Rodrigo Santoro fazem nas novelas.Queremos ouvir "eu te amo" só no último capítulo, de preferência num saguão de aeroporto, quando ele chegará a tempo de nos impedir deembarcar.O amor na vida real, no entanto, é bem menos arrebatador. "Eu te amo"virou uma frase tão romântica quanto "me passa o açúcar". Entre casais, é mais fácil ouvir eu "te amo" ao encerrar uma ligação telefônica do que ao vivo e a cores. E fazem isso depois de terem se xingado por meia-hora. "Você vai chegar tarde de novo? Tenha a santa paciência, o que é que você tanto faz nesse escritório? Ontem foi a mesma coisa, que inferno! Eu é que não vou preparar o jantar para você às dez da noite, te vira. Tchau, também te amo." E batem o telefone possessos. Sim, sabemos que a vida real não combina com cenas hollywoodianas.Sabemos que há apenas meia dúzia de castelos no mundo, quase todos abertos à visitação de turistas. Sabemos que os príncipes, hoje, andam meio carecas, usam óculos e cultivam uma barriguinha de chope. Não são heróicos nem usam capa e espada, mas ao menos são de carne e osso, e amaioria tentaria nos resgatar de um prédio em chamas, caso a escada magirus alcançasse o nosso andar. Não é nada, não é nada, mas já é alguma coisa.Dificilmente um homem consegue corresponder à expectativa de uma mulher, mas vê-los tentar é comovente. Alguns mandam flores, reservam quarto em hotéizinhos secretos, surpreendem com presentes, passagens aéreas, convites inusitados. São inteligentes, charmosos, ousados,corajosos, batalhadores.Disputam nosso amor como se estivessem numa guerra, e pra quê? Tudo o que recebem em troca é uma mulher que não pára de olhar pela janela,suspirando por algo que nem ela sabe direito o que é. .........Perdoem esse nosso desvio cultural, rapazes. Nenhuma mulher se sente amada o suficiente.

CONFIANÇA

Por Irisbel Correia

Segundo o francês Rochefoucauld ainda que a sinceridade e a confiança estejam relacionadas, são, no entanto, diferentes: a sinceridade consiste em abrir o coração e em mostrarmo-nos tal como somos por amor da verdade. Odeia o disfarce e quer reparar as suas faltas, mesmo que para isso seja preciso diminui-las pelo valor da confissão. Quanto à confiança, esta não nos concede o mesmo grau de liberdade, as suas regras são mais rigorosas, requer mais prudência e moderação.
Como identificar em quem podemos confiar ou ser sinceros, quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande. As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as dela.
As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida. Isso sim é confiança buscar alguém que divida sua vida, sem perguntar ou impor algo em troca. As duas se entregam mutuamente, vai além da sinceridade, e ser verdadeiro, é compartilhar segredos e planejar o futuro. É tornarem-se um em dois seres distintos, com suas emoções e desejos.

sábado, 5 de setembro de 2009

PÁTRIA AMADA

Por Irisbel Correia


É fácil falar de amor entre homem e mulher, na relação de afeto entre amigos, irmãos, pais e filhos. O difícil é mostrar o amor a nação, não nos momentos de emoção quando o Brasil é representado nas diversas modalidades, mas no dia a dia, nas adversidades, na ajuda ao próximo, nas obrigações de cidadania, nos momentos de brigar pelas igualdades.
Olhe para essa vasta natureza, de tamanha beleza.
Contemple o seu povo, lutador, bravo, heroico, sonhador e guerreiro. A terra que plantando tudo se dá. Das diversidades religiosas e culturais.
Da alegria, do Carnaval, das mais repletas manifestações etnicas.
Do frevo, samba e da bossa nova do saldoso Ton Jobim. Dos poetas, dos trabalhadores e caipiras.
Do serrado, mata atlântica e do pulmão do mundo amazônia.
Do pantanal, do seu extenso litoral, das cataratas.
Dos montes, serras, vales e campinas.
Pátria amada abençoada, presente em canções e poesias.
Imposível não amá-la, mesmo quando muitas vezes é ultrajada.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O TEMPO ESTÁ EM NOSSAS MÃOS?

Por Irisbel Correia

Vivo correndo atrás do tempo, das coisas que queria fazer e não fiz, das coisas que queria dizer e não disse... do passado que não volta, mas que queremos repetir em certos momentos, para tentar fazer diferente ou tentar um novo caminho.
O tempo, há o tempo, será que ele é realmente o culpado? Pela falta que fazemos aos amigos por não estarmos presentes por não ter tempo, por pensarmos que tudo se resolve com o tempo.
Até quando acharemos que o tempo é o responsável por tudo que fazemos, seja nos erros ou nos acertos?
O tempo está em nossas mãos, com ele percebemos que para aproveitar o tempo, é não pensar que temos pouco tempo para viver intensamente.
Pode-se fazer muitas coisas em segundos enquanto outras durar anos, o amor pode durar dias ou ser eterno. Tudo depende de como vemos e sentimos o tempo.

TOQUE DAS MÃOS



Por Irisbel Correia

Basta um olhar diferente, um carinho especial, simplesmente o toque das mãos para sentir todo desejo guardado.
Toco-te suavemente, sem palavras... apenas gestos, que refletem tudo o que sentimos.
Sinto falta do aconchego, do seu toque, do seu calor, da sua presença que muitas vezes era constante mesmo não estando ao meu lado.
Agora só sinto a lembrança do carinho e daquele toque mágico que embriagava o meu ser, pois entre nós as palavras eram apenas um complemento dos sentidos que sempre falaram por si.

PARA SE ROUBAR UM CORAÇÃO


Por Luiz Fernando Verissimo


Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa. Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado. Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente. Conquistar um coração de verdade dá trabalho, requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança. É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade. Para se conquistar um coração definitivamente tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos. Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes, que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago. ...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele, vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco. Uma metade de alguém que será guiada por nós e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração. Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria. Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que? Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós. Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava. ... e é assim que se rouba um coração, fácil não? Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade, a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então! E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples... é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.

FORÇA

Por Irisbel Correia


Quando tudo acontece ao mesmo tempo, você para e pensa, porque comigo? Não vou suportar isso por muito tempo, essa agonia, essa dor que nem ao menos sei de onde vem, apenas sinto. Esse vazio que dilacera todas as partes do meu ser se torna cada vez mais constante, só quero parar de chorar, pelo menos por um instante, pois mesmo quando estou sorrindo as lágrimas estão por dentro. Dê onde tirar forças para perceber que tudo acabou, e que não será como antes, como mudar um sentimento de AMOR para AMIZADE? Será que saberei disfarçar o que realmente sinto? E irei vivendo com essa dúvida e a única coisa que peço é força, para suportar vê-lo com outro alguém, e suportar a sua ausência.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

SEMPRE TEM UMA LUZ

Por Irisbel Correia

Há momentos em que sentimos um aperto no coração, uma ausência que machuca muito mais que um punhal cravado, e muitas vezes não sabemos o porque sentimos essa dor. Ela aparece e some, sem nenhuma explicação.
Há momentos que só uma luz, presa em um poste perto das folhas da árvore, faz clarear uma parte do parque, e muitas vezes essa luz, é aquela que precisavamos, para ver o que a muito tempo está escondido, aquela dor que de tão silenciosa, aos poucos você não sente, mas incomoda tanto. A dor de ser esquecida por quem você ama, a dor de querer esquecer e não conseguir, a dor da ausência, da despedida, da solidão.
Sempre terá essa luz, que em certos momentos virá a tona e mostrará o caminho que devemos seguir, por mais que aja dores que dificilmente serão esquecidas ou apagadas, pois são as marcas que outrora fizeram parte de nossas vidas.