quarta-feira, 5 de novembro de 2008

FÁCIL X DIFÍCIL Texto

Por: Carlos Drumond de Andrade
Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende. E é assim que perdemos pessoas especiais.
Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.Difícil é mentir para o nosso coração.
Fácil é ver o que queremos enxergar.Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto. Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.
Fácil é dizer "oi" ou "como vai?"Difícil é dizer "adeus". Principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.
Fácil é querer ser amado.Difícil é amar completamente só, amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois, amar e se entregar e aprender a dar valor somente a quem te ama.
Fácil é ouvir a música que toca.Difícil é ouvir a sua consciência, acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.
Fácil é ditar regras.Difícil é seguí-las, ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção dasvidas dos outros.
Fácil é perguntar o que deseja saber.Difícil é estar preparado para escutar esta resposta. Ou querer entender a resposta.
Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
Fácil é dar um beijo.Difícil é entregar a alma, sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.Difícil é entender que pouquíssimas delas vão e te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.Difícil é ocupar o coração de alguém. Saber que se é realmente amado.
Fácil é sonhar todas as noites.Difícil é lutar por um sonho o de ser feliz sem medo.

ABRACE< DEMOSTRE CARINHO - TEXTO














TEXTO Ailton Siqueira


Abraço
Abraço é ato de significação. Talvez ele expresse nosso desejo ancestral de nos reconciliarmos com nossa parte perdida que é o outro.
Um abraço não é somente toque entre os corpos. É desejo de fusão com o outro, desejo de plenitude e de completude.
Quem se abraça se entrega ao outro, mas esse desejo é de tocar a alma que está no corpo e o corpo que está na alma.
Tocamos o que vemos para sentirmos o que não enxergamos.
Abraçamos para nos sentirmos por completo nos braços e no corpo do outro. Através dele sentimos todo nosso corpo através do corpo do outro.
O abraço é aconchego, sinal de proteção e de amor, já que quem ama protege, quem protege ama e abraça.
Portanto, ele é mais do que declaração é atestado de sentimentos, de emoções ou paixões recíprocas já que para o mesmo acontecer os pares se sensibilizam e se sintonizam na mesma freqüência.
Assim, essa prática é, também, climática, circunstancial. Somente em momentos específicos o praticamos. Isso significa que nem sempre estamos preparados para praticar o abraço. Ele representa sinal de amor, amizade, companheirismo e símbolo de alegria visto que não abraçamos outra pessoa em momentos de raiva, fúria.
O ódio é o avesso do amor e a negação do outro. Portanto, o ódio instaura o reino da apartação dos corpos e fecha os braços para o abraço. O abraço é quebra do preconceito e início da convivência com-o-outro. Só abrimos os braços quando a mente se abre para uma nova aprendizagem: do conviver-com-o-outro e do estar-com-o-outro. A abertura dos braços para se encontrar no encontro com o outro não é fácil nem simples. É complexa. Por isso, nem todos os amigos se abraçam.
Apesar de ser uma das práticas mais antigas e universais da humanidade, nem todas as pessoas sabem, de fato, se abraçarem. Ele exige não apenas uma predisposição mental, emocional ou discursiva, mas acima de tudo uma estratégia de se entregar ao outro.

DIGA SEMPRE EU TE AMO NÃO IMPORTA O IDIOMA E SIM EXPRESSAR O QUE SENTE

Diga EU TE AMO em 100 línguas


Africano - Ek het jou lief
Albanês - Te dua
Árabe - Ana behibak (para homem) - Ana behibek (para mulher)
Armenia - Yes kez sirumen
Bambara - M'bi fe
Bangla - Aamee tuma ke bhalo aashi
Belarusian - Ya tabe kahayu
Bisaya - Nahigugma ako kanimo
Búlgaro - Obicham te
Camboja - Soro lahn nhee ah
Chinês cantonese - Ngo oiy ney a
Catalao - T'estimo
Cheyenne - Ne mohotatse
Chichewa - Ndimakukonda
Corsican - Ti tengu caru (para homem)
Creol - Mi aime jou
Croacia - Volim te
Czech - Miluji te
Dinamarquês - Jeg Elsker Dig
Holandês - Ik hou van jo
Inglês - I love you
Esperanto - Mi amas vin
Estonia - Ma armastan sind
Etiópia - Afgreki'
Faroese - Eg elski teg
Farsi - Doset daram
Filipino - Mahal kita
Finnish - Mina rakastan sinua
Francês - Je t'aime, Je t'adore
Gaelic - Ta gra agam ort
Georgian - Mikvarhar
Alemão - Ich liebe dich
Grego - S'agapo
Gujarati - Hoo thunay prem karoo choo
Hiligaynon - Palangga ko ikaw
Havaiano - Aloha wau ia oi
Ebreu - Ani ohev otah (para mulher) - Ani ohev et otha (para homem)
Hiligaynon - Guina higugma ko ikaw
India - Hum Tumhe Pyar Karte hae
Hmong - Kuv hlub koj
Hopi - Nu' umi unangwa'ta
Hungria - Szeretlek
Icelandic - Eg elska tig
Ilonggo - Palangga ko ikaw
Indonesia - Saya cinta padamu
Inuit - Negligevapse
Irish - Taim i' ngra leat
Italiano - Ti amo
Japonês - Aishiteru
Kannada - Naanu ninna preetisuttene
Kapampangan - Kaluguran daka
Kiswahili - Nakupenda
Konkani - Tu magel moga cho
Coreano - Sarang Heyo
Latino - Te amo
Latvian - Es tevi miilu
Libanés - Bahibak
Lituano - Tave myliu
Malay - Saya cintakan mu - Aku cinta padamu
Malayalam - Njan Ninne Premikunnu
Chinês do mandarin - Wo ai ni
Marathi - Me tula prem karto
Mohawk - Kanbhik
Moroccan - Ana moajaba bik
Nahuatl - Ni mits neki
Navaho - Ayor anosh'ni
Norueguês - Jeg Elsker Deg
Pandacan - Syota na kita!!
Pangasinan - Inaru Taka
Papiamento - Mi ta stimabo
Persa - Doo-set daaram
Pig latin - Iay ovlay ouyay
Polish - Kocham Ciebie
Português - Eu te amo
Romenia - Te ubesk
Russo - Ya tebya liubliu
Scot Gaelic - Tha gradh agam ort
Serbian - Volim te
Setswana - Ke a go rata
Sindhi - Maa tokhe pyar kendo ahyan
Sioux - Techihhila
Slovak - Lu`bim ta
Sloveno - Ljubim te
Espanhol - Te quiero - Te amo
Swahili - Ninapenda wewe
Sueco - Jag alskar dig
Alemão - Suisso - Ich lieb Di
Tagalog - Mahal kita
Taiwanese - Wa ga ei li
Tahitiano - Ua Here Vau Ia Oe
Tamil - Nan unnai kathalikaraen
Telugu - Nenu ninnu premistunnanu
Thai - Chan rak khun (para mulher) - Phom rak khun (para homem)
Turquia - Seni Seviyorum
Ukraniano - Ya tebe kahayu
Urdu - mai aap say pyaar karta hoo
Vietnamita - Anh ye^u em (para mulher) - Em ye^u anh (para homem)
Welsh - 'Rwy'n dy garu
Yiddish - Ikh hob dikh
Yoruba - Mo ni fe

PEDAÇOS DA AMIZADE

A amizade não é um fato isolado, mas vários momentos que o compõe


Texto Letícia Thompson



Pedaços da amizade
Amizades são feitas de pedacinhos.
Pedacinhos de tempo que vivemos com cada pessoa.
Não importa a quantidade de tempo que passamos com cada amigo,
mas a qualidade do tempo que vivemos com cada um.
Cinco minutos podem ter uma importância muito maior do que um dia inteiro.
Assim, há amizades que são feitas de risos e dores compartilhados;
outras de escola; outras de saídas, cinemas, diversões;
há ainda aquelas que nascem a gente nem sabe de quê, mas que estão presentes.
Talvez essas sejam feitas de silêncios compreendidos,
ou de simpatia mútua sem explicação.
Hoje em dia, muitas amizades são feitas só de e-mails
e essas não são menos importantes.
São as famosas "amizades virtuais.
" Diferentes até, mas não menos importantes.
Aprendemos a amar as pessoas sem que possamos julgá-las
pela sua aparência ou modo de ser, sem que possamos
(e fazemos isso inconscientemente às vezes) etiquetá-las.
Há amizades muito profundas que são criadas assim.
Saint-Exupéry disse: "Foi o tempo que perdestes com tua rosa que fez
tua rosa tão importante." E eu digo que é o tempo que ganhamos
com cada amigo que faz cada amigo tão importante.
Porque tempo gasto com amigos é tempo ganho, aproveitado, vivido.
São lembranças para cinco minutos depois ou anos até.
Um amigo se torna importante pra nós, e nós para ele, quando somos capazes,
mesmo na sua ausência, de rir ou chorar,
de sentir saudade e nesse instante trazer o outro bem pertinho da gente.
Dessa forma, podemos ter vários melhores amigos de diferentes maneiras.
O importante é saber aproveitar o máximo cada minuto vivido e ter depois
no baú das recordações horas para passar com os amigos,
mesmo quando estes estiverem longe dos nossos olhos.

SAUDADE

Amizade se conquista e se preserva!!


Saudade - Fernando Pessoa



" Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos. Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido. Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar quem sabe...... nos e-mails trocados. Podemos nos telefonar conversar algumas bobagens.... Aí os dias vão passar, meses...anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo....Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão? Quem são aquelas pessoas? Diremos...Que eram nossos amigos. E...... isso vai doer tanto! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida! A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um ultimo adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos. Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado. E nos perderemos no tempo..... Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo : não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades seja a causa de grandes tempestades.... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"

domingo, 24 de agosto de 2008

Ser Adulto



Por : Arnaldo Jabor!!!

Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa:- ‘Ah, terminei o namoro… ‘- ‘Nossa, quanto tempo?’- ‘Cinco anos… Mas não deu certo… Acabou’- É, não deu…?Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou.E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro.E não temos esta coisa completa.Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama.Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.Tudo nós não temos.Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.Pele é um bicho traiçoeiro.Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona…Acho que o beijo é importante…e se o beijo bate…se joga…senão bate…mais um Martini, por favor…e vá dar uma volta.Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.O outro tem o direito de não te querer.Não lute, não ligue, não dê pití.Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.Nada de drama.Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família?O legal é alguém que está com você por você.E vice versa.Não fique com alguém por dó também.Ou por medo da solidão.Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.Tem gente que pula de um romance para o outro.Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?Gostar dói.Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração.Faz parte. Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo.E nem sempre as coisas saem como você quer…A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta.Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.Na vida e no amor, não temos garantias.E nem todo sexo bom é para namorar.Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.Nem todo beijo é para romancear.Nem todo sexo bom é para descartar. Ou se apaixonar. Ou se culpar.Enfim… Quem disse que ser adulto é fácil?

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Tudo pode acontecer


Texto de Irisbel de Souza Correia


Lucia não sabia mais o que era verdade e o que não era, de uns tempos pra cá, começou ouvir vozes, era como se fosse sonho, mas parecia realidade, a voz não saia da sua cabeça, era exatamente a mesma coisa constantemente, como se tivesse alertando do que poderia lhe acontecer.
Era trinta de agosto de mil novecentos e vinte, Lucia, ainda adolescente, tinha as manias de todas as meninas de sua idade, só falavam do Baile de fim de ano, o vestido que iria usar e o rapaz que iria com ela ao Baile, sonhava com o futuro como todos do Colégio Santa Cecília, planejavam estar juntas na Faculdade, mesmo que fizessem cursos diferentes, não pensava em separar-se de suas amigas Gláucia e Jéssica, pois sabia que fatalmente aconteceria, pois Jéssica queria ser atriz, Gláucia enfermeira e eu, bem não sabia direito o que queria, aliás queria tudo e nada ao mesmo tempo, meu pai queria que eu fosse advogada, minha mãe estilista, meus professores escritora, pensei em todas as possibilidades, mas nada me satisfazia, com o fim de ano mais próximo fiquei agoniada pois teria que tomar uma decisão, e não tinha a menor idéia do que fazer; pensei em fugir antes do Baile para não precisar tomar essa decisão, foi quando comecei a ouvir as vozes, apenas repetia seqüencialmente são três, fiquei intrigada, mas se repetia várias vezes ao dia, até que já restava apenas duas semanas para o Baile, havia esquecido completamente da formatura, pois aquela voz pertinente tomou todas as minhas atenções; como não conseguia desvendar o mistério resolvi me entregar de corpo e alma aos festejos de fim de ano.
Eu, Jéssica e Gláucia fomos nos arrumar na casa da Bárbara, pois sua mãe havia chamado cabeleireiro, manicure e tudo que nós precisávamos para o grande dia, estávamos radiantes com o acontecimento, e além do mais as vozes pararam, (deveria ser a minha consciência pelas escolhas que tinha que tomar), chegamos ao Baile numa limusine branca com chofer, parecia um sonho de princesa. Dancei a noite inteira com o Henrique, a Gláucia com o Bruno, Jéssica com o Diogo e a Bárbara com Samuel, estava tudo lindo, quando derrepente, a professora Ivete veio correndo e chorando muito, gritava fogo, a biblioteca está pegando fogo, todos entraram em pânico, começaram a correr, empurrar uns aos outros tentando escapar do incêndio, quando Bárbara, Jéssica e Gláucia deram as mãos para escaparem , mais elas foram empurrados para a sala de música, os telhados começou a desabar fechando as saídas, quando Jéssica desesperada perguntou por Lúcia, que a muito já estava lá fora, sendo que o Henrique já havia a tirado do salão, foi ai que Lúcia queria a todo custo entrar para salvar as amigas, mas os bombeiros a seguraram impedindo essa insanidade, Lúcia chorava muito ao ver o salão da escola totalmente destruído, e o pior que suas amigas não conseguiram sair de lá, isso imaginava Lúcia, sendo que enquanto Jéssica lembrou da amiga, também lembrou das vozes que Lúcia afirmava ouvir e por conseguinte foi isso que as salvou, ao dizer três, a voz queria dizer dos três livros na sala de música, onde abria a passagem secreta em baixo do piano dando na fonte do lado de fora do prédio, Lúcia com os olhos lacrimejados de tanto chorar abraça sua mãe, e não acredita no que vê, Jéssica, Gláucia e Bárbara saindo da fonte, Lúcia corre e abraça as amigas, e elas a agradecem, pois se não fosse seus pressentimentos anteriores elas poderiam estar mortas agora.

Prenuncio


Texto de Irisbel de Souza Correia

Eram 15h da tarde quando me levantei do sofá, estava um silencio horrível, não tinha vento, nem pássaros,não havia som algum, era como se não existisse mais ninguém, alem de mim, e aquele ambiente sinistro, comecei a caminhar de um lado para outro, sem rumo, tentei ligar alguns eletroeletrônicos mas nada funcionava, já não sabia mais o que fazer, o silencio doía nos meus tímpanos de certa forma, que me agoniava, como se meus pulmões estivessem sendo esmagados, ia e voltava, e o relógio continuava apontado para as 15h, fiquei perplexa, aquilo não podia estar acontecendo apenas comigo, fui à janela, mas ninguém prestou atenção em mim, era como se eu não estivesse ali, até que me dei conta do que estava acontecendo, fiquei presa no tempo, o pior de tudo, é que a vida lá fora seguia seu curso normal, apenas eu estava parada naquele horário, então decidi que teria que mudar aquela situação, deveria ter algum jeito de voltar ao que era antes, era só lembrar o que eu deveria ter feito para que tudo aquilo estivesse acontecendo comigo, mas fiquei pensando e nada vinha em minha mente, até que refiz minha trajetória naquele dia, levantei cedo tomei café, arrumei a casa, almocei, lavei a louça, depois de tudo terminado, sentei para ver novela, cochilei, e quando despertei já estava nesse dilema doido, não havia feito nada de diferente para que estivesse parada no tempo, fiquei imaginando se não poderia ser um trote da minha mente insana, mas como, se eu fosse analisar pelo lado psicológico, não tenho nenhum motivo para isso, não tive trauma nenhum, nenhuma perda insuportável, então pela psicologia não teria nenhum motivo concreto para essa sandice, vamos pensar agora no lado emocional, tudo perfeito, tenho amigos, família, algo com que me preocupar no dia a dia, não vejo nada que possa desencadear uma psicose desse tamanho, a não ser que isso esteja acontecendo mesmo e não seja coisa da minha mente, fiquei tanto tempo aqui, irei olhar o relógio novamente, é claro que tudo deve ter sido um engano, mas para o meu espanto, o relógio continua marcando 15h, não sei mais o que pensar, vou enlouquecer se isso não parar, tentei sair do prédio, mas quando abri a porta qual minha surpresa, não existia fora, era um imenso vazio, apenas nuvens e o céu azul com o sol se pondo no poente, fechei a porta, sentei novamente no sofá. comecei a chorar compulsivamente, estava estérica, eufórica, não sabia como mudaria essa situação, troquei as pilhas do relógio, mais as malditas 15h continuavam lá, quando já estava me acalmando a campainha toca, todos os vizinhos estão em minha porta, gritando e batendo para que eu abra, mas não consigo ir abrir a porta, até que Jonny arromba a porta e todos entram na minha casa, fiquei assustada com tanta violência, todos vão em direção ao sofá e quando olho, quem esta lá? eu, desacordada.

Quando menos esperamos


Texto de Irisbel de Souza Correia

Estava voltando do trabalho como todos os dias, parei numa livraria, aproveitei para ler um pouco enquanto degustava um saboroso capuccino, conversei com vários freqüentadores, mais um deles me chamou atenção. tinha um olhar vago, inexpressivo, aproximei, puxei conversa, mas ele continuou inerte, até que de repente, segurou meu braço, olhei fixamente e disse:
- Boa noite, sou Bárbara e você!
- Sou Gabriel.
- Nunca tinha te visto por aqui é novo na cidade?
- Sim cheguei hoje tenho um trabalho a realizar esta noite, irei embora logo em seguida.
- Foi um prazer conhecê-lo, tenho que ir, mas quando voltar a cidade volte na livraria quem sabe nos veremos de novo.
Bárbara saiu, a noite estava fria, mais muito bonita, estrelada e a lua cheia iluminava tanto que, nem precisava de refletores, dava para ouvir o cantar das cigarras, as corujas, as folhas das arvores balançando, era uma noite perfeita de verão, quando tudo parecia estar perfeito, uma neblina baixou e começou a cobrir os telhados dos edifícios, a noite mudou completamente, perdi a noção do tempo, cada minuto parecia uma eternidade e de repente um grito, não era de dor, mas sim, de medo.
Amanheci agitada não sabia se era por causa do grito da noite anterior, tentei manter tudo natural como se não tivesse ouvido nada, mas infelizmente a campainha toca, meu coração dispara, fui atender a porta não tinha ninguém, voltei ao desjejum, minutos depois a campainha toca novamente ao atender não havia ninguém.
Resolvi sair, caminhar para esquecer o que tinha havido. Encontrei vários amigos do prédio em que morava, conversa vai e conversa vem que nem reparei que já era tarde, me despedi deles e voltei para casa.
Estava próxima de minha quadra, uma aglomeração de pessoas. Fiquei assustada, quanto mais me aproximava do edifício mais pessoas em estado de choque eu encontrava, chorando muito, passei por elas perguntando o que tinha acontecido e de tão transtornadas não me respondiam, era como se estivesse invisível. Quando cheguei próximo ao prédio escuto uma voz me chamando, era o rapaz da livraria, disse que já tinha chego à hora, olhei pra frente e não acreditei no que via, meu prédio desmoronado apenas seus destroços sobraram, perguntei aos policiais se havia algum sobrevivente, não me responderam a única coisa que restava era esperar por algum conhecido, na companhia do estranho Gabriel que não se afastou nem um minuto. Até que começaram a retirar os corpos, me aproximei, para verificar se era alguém conhecido, desmaiei ao ver que era o meu corpo que ali jazia desde eu ter ouvido aquele grito.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Estamos com fome de amor


Texto de Arnaldo Jabour

Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas e saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos. Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvída? Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega. Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção. Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós. Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos ORKUT, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho!" Unindo milhares ou melhor milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos,plásticos, quase etéreos e inacessíveis. Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa. Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega. Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso à dois. Quem disse que ser adulto é ser ranzinza, um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele ? Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é 'out", que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida". Antes idiota que infeliz!