sexta-feira, 9 de maio de 2008

Prenuncio


Texto de Irisbel de Souza Correia

Eram 15h da tarde quando me levantei do sofá, estava um silencio horrível, não tinha vento, nem pássaros,não havia som algum, era como se não existisse mais ninguém, alem de mim, e aquele ambiente sinistro, comecei a caminhar de um lado para outro, sem rumo, tentei ligar alguns eletroeletrônicos mas nada funcionava, já não sabia mais o que fazer, o silencio doía nos meus tímpanos de certa forma, que me agoniava, como se meus pulmões estivessem sendo esmagados, ia e voltava, e o relógio continuava apontado para as 15h, fiquei perplexa, aquilo não podia estar acontecendo apenas comigo, fui à janela, mas ninguém prestou atenção em mim, era como se eu não estivesse ali, até que me dei conta do que estava acontecendo, fiquei presa no tempo, o pior de tudo, é que a vida lá fora seguia seu curso normal, apenas eu estava parada naquele horário, então decidi que teria que mudar aquela situação, deveria ter algum jeito de voltar ao que era antes, era só lembrar o que eu deveria ter feito para que tudo aquilo estivesse acontecendo comigo, mas fiquei pensando e nada vinha em minha mente, até que refiz minha trajetória naquele dia, levantei cedo tomei café, arrumei a casa, almocei, lavei a louça, depois de tudo terminado, sentei para ver novela, cochilei, e quando despertei já estava nesse dilema doido, não havia feito nada de diferente para que estivesse parada no tempo, fiquei imaginando se não poderia ser um trote da minha mente insana, mas como, se eu fosse analisar pelo lado psicológico, não tenho nenhum motivo para isso, não tive trauma nenhum, nenhuma perda insuportável, então pela psicologia não teria nenhum motivo concreto para essa sandice, vamos pensar agora no lado emocional, tudo perfeito, tenho amigos, família, algo com que me preocupar no dia a dia, não vejo nada que possa desencadear uma psicose desse tamanho, a não ser que isso esteja acontecendo mesmo e não seja coisa da minha mente, fiquei tanto tempo aqui, irei olhar o relógio novamente, é claro que tudo deve ter sido um engano, mas para o meu espanto, o relógio continua marcando 15h, não sei mais o que pensar, vou enlouquecer se isso não parar, tentei sair do prédio, mas quando abri a porta qual minha surpresa, não existia fora, era um imenso vazio, apenas nuvens e o céu azul com o sol se pondo no poente, fechei a porta, sentei novamente no sofá. comecei a chorar compulsivamente, estava estérica, eufórica, não sabia como mudaria essa situação, troquei as pilhas do relógio, mais as malditas 15h continuavam lá, quando já estava me acalmando a campainha toca, todos os vizinhos estão em minha porta, gritando e batendo para que eu abra, mas não consigo ir abrir a porta, até que Jonny arromba a porta e todos entram na minha casa, fiquei assustada com tanta violência, todos vão em direção ao sofá e quando olho, quem esta lá? eu, desacordada.

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