quinta-feira, 4 de novembro de 2010
O trem da vida.
Nossa vida é
como uma viagem de trem, cheia de embarques e
desembarques, de pequenos acidentes pelo caminho,de
surpresas agradáveis com alguns embarques e de
tristezas com os desembarques...
Quando nascemos, ao embarcarmos nesse trem,
encontramos duas pessoas que, acreditamos, farão
conosco a viagem até o fim:
Nossos pais.
Infelizmente, em alguma estação eles
desembarcam, deixando-nos órfãos de seus carinhos,
proteção, amor e afecto.
Muitas pessoas tomam esse trem a passeio.
Outros fazem a viagem experimentando somente tristezas.
E no trem há, tb, pessoas que passam de vagão a vagão,
prontas para ajudar a quem precisa. Muitos descem e
deixam saudades eternas.
Outros tantos viajam no trem de tal forma que, quando desocupam seus assentos,
ninguém sequer percebe.
Curioso é considerar que alguns passageiros que nos são tão caros, acomodam-se
em vagões diferentes do nosso.
Isso obriga a fazer essa viagem separado deles.
Mas claro que isso não
nos impede de, com grande dificuldade,atravessarmos
nosso vagão e chegarmos até eles.
O difícil é aceitarmos que não podemos nos assentar ao seu lado,
pois outra pessoa estará ocupando esse lugar.
Essa viagem é assim:
cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, embarques
e desembarques.
Sabemos que esse trem jamais volta.
Façamos, então, essa viagem, da melhor maneira possível,
tentando manter um bom relacionamento com todos os passageiros, procurando em cada um deles o que tem de melhor,
lembrando sempre que, em algum momento do trajeto,
poderão fraquejar e, provavelmente, precisaremos
entender isso.
Nós mesmos fraquejamos algumas vezes.
E, certamente, alguém nos entenderá.
O grande mistério, afinal, é que não sabemos em qual parada desceremos.
E fico pensando: quando eu descer desse trem sentirei saudades? Sim. Essa expectativa faz com que levemos a vida mais a sério. Separar-me de alguns amigos que nele fiz, do amor da minha vida, será para mim doloroso. Talvez já tenha filho, deixá-lo também seria dificil, mas me agarro na esperança de que, em algum momento, estarei na estação principal, e terei a emoção de vê-los chegar com sua bagagem, que não tinham quando desembarcaram.
E o que me deixará feliz
é saber que, de alguma forma, posso ter colaborado
para que ela tenha crescido e se tornado valiosa.
Agora, nesse momento, o trem diminui sua velocidade
para que embarquem e desembarquem pessoas. Minha
expectativa aumenta, à medida que o trem vai
diminuindo sua velocidade...Quem entrará? Quem saíra?
Eu gostaria que pensassem no desembarque do trem,
não só como a representação da morte, mas, também, como o término de uma história, de algo que duas ou mais pessoas construíram e que, por um motivo íntimo, deixaram desmoronar.
Fico feliz em perceber que certas pessoas, como nós,
têm a capacidade de reconstruir para recomeçar. Isso é sinal de garra e de luta, é saber viver, é tirar o melhor de "t0dos os passageiros". Agradeço a Deus por fazerem parte da minha viagem, e por mais que nossos assentos não estejam lado a lado, com certeza, o vagão é o mesmo...
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